A Árvore de Natal e o Carvalho Sagrado de Odin

Os povos pagãos antigos adoravam as árvores. Nas Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, podemos perceber uma grande relevância dos bosques sagrados destinados à adoração e a meditação para essas pessoas. Esses atributos presentes na sociedade monárquica de Westeros, os Sete Reinos, são uma grande adaptação das características religiosas e culturais épicas dos países escandinavos. Eles são os responsáveis pela Árvore de Natal do século XXI, baseada em um dos contos de sua mitologia, chamado de A Criação.

Nessa árvore fundamental [Yggdrasil], diz a lenda que o próprio Odin esteve pendurado durante nove longas noites, com uma lança atravessada em seu peito, para que pudesse compreender o significado das Runas, o alfabeto nórdico que rege e governa a vida dos deuses e dos homens. Quando seu martírio terminou, Odin havia se tornado, definitivamente, o mais poderoso e mais sábio dos deuses, tendo o poder de curar doenças e derrotar os inimigos com sua poderosa lança. Yggdrasil é o centro do mundo e, enquanto suas raízes continuarem a suportar o peso de seu prodigioso tronco e seus ramos infinitos, o mundo estará firme e a vida será soberana, sob os auspícios de Odin, senhor dos deuses. (As Melhores Histórias da Mitologia Nórdica, A Criação, páginas 7 e 8 – A. S. Franchini e Carmen Seganfredo)

A Árvore Yggdrasil, chamada de Carvalho Sagrado de Odin, seria a substituta para a cruz de Jesus Cristo. Porém, os propósitos desses sacrifícios não são os mesmos. Desde que o homem preferiu fazer as coisas segundo a sua natureza pecaminosa, Deus tem buscado uma reconciliação com a humanidade, convidando-nos sem que merecêssemos, para viver em sua santidade e sob as suas promessas. No entanto, essas coisas só puderam ser consumadas depois da crucificação de Jesus. Odin se sacrificou para adquirir uma autoridade e dons que antes não possuía, enquanto Jesus era Deus antes mesmo de o mundo ter sido criado por ele.

São esses os valores que o paganismo quer que absorvamos: que não precisamos de um salvador, mas de nos sacrificar conforme os nossos próprios interesses e vontades. E, assustadoramente, muitas pessoas têm vivido da maneira que essas religiões propõem. Os rituais sagrados de Odin envolviam a ornamentação de uma árvore com enfeites luminosos para representar a luz solar em adoração ao Deus Sol. Essa árvore é símbolo da Yggdrasil, chamada de Árvore da Vida e de Árvore do Mundo. Mediante a influência desses povos pagãos, a Bíblia traz uma série de advertências explícitas sobre a adoração às árvores.

1. O povo de Deus é proibido de montar e enfeitar árvores

Ouvi a palavra que o SENHOR vos fala a vós, ó casa de Israel. Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho dos pagãos, nem vos espanteis dos sinais dos céus, porque com eles se atemorizam as nações. Porque os costumes dos povos são vaidade. Pois se corta do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, feita com machado, com prata e com ouro o enfeitam, com pregos e com martelos o firmam, para que não se mova. São como a palmeira, obra torneada, porém não podem falar. Certamente são levados, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, nem tampouco têm poder de fazer bem. Ninguém há semelhante a ti, ó SENHOR, tu és grande, e grande o teu nome tem poder. (Bíblia Sagrada, Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Jeremias 10:1-6)

2. O pecado é a consequência dessas celebrações

O meu povo consulta a sua madeira, e a sua vara lhe responde, porque o espírito da luxúria os engana, e prostituem-se, apartando-se da sujeição do seu Deus. Sacrificam sobre os cumes dos montes, e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, e do álamo, e do olmeiro, porque é boa a sua sombra, por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram. (Bíblia Sagrada, Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Oséias 4:12-13)

3. As nações de Israel foram ordenadas a destruir o paganismo da época

Totalmente destruireis todos os lugares, onde as nações que possuireis serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda a árvore frondosa. E derrubareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e destruireis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar. (Bíblia Sagrada, Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Deuteronômio 12:2-3)

4. Deus separa a sua santa adoração da idolatria pagã

Não plantará nenhuma árvore junto ao altar do SENHOR teu Deus, que fizeres para ti. Nem levantarás imagem, a qual o SENHOR teu Deus odeia. (Bíblia Sagrada, Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Deuteronômio 16:21-22)

Apesar de todos esses mandamentos estarem no Antigo Testamento, foi apenas após a morte de Jesus Cristo que o equinócio de inverno ganhou uma conotação cristã quando decidiram substituir esses rituais pela adoração do nascimento Messias através da árvore. Essa intenção não tornou essa prática menos pecaminosa, pelo contrário, muitas pessoas que antes não pecavam agora praticavam essa abominação. A adoração da árvore não promovia o encontro de Jesus Cristo com o indivíduo, mas um capricho aos pagãos que não queriam abdicar a idolatria das imagens em prol da verdadeira adoração.

Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si. Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. (Bíblia Sagrada, Almeida Corrigida e Revisada Fiel, Romanos 1:21-25)